Há acontecimentos marcantes, que mudam o curso da História. Alteram o paradigma da época em que ocorrem. A América nunca mais foi a mesma depois do 11 de Setembro de 2001. Há outros não tão elaborados, mas que, ainda assim, mudam a forma como se encaram as sociedades.
Andres Breivik, na época com 32 anos, matou cerca de 70 jovens de um acampamento do partido dos trabalhadores, em Utoia, em 2011, na Noruega. Este é o acontecimento que fez reflectir o autor da peça “Os Acontecimentos” - David Grieg – cuja adaptação, levada aos palcos portugueses pelos Artistas Unidos, vai estar, no sábado (21.30 horas), no Teatro Aveirense.
Falámos com o encenador para perceber o que vai, afinal, acontecer em cima do palco. Dada a introdução que contextualiza a acção do espectáculo, um massacre, prevê-se uma tragédia em palco? António Simão garante que não. “A peça, apesar de conter momentos de maior acção e interpretação dos actores/personagens, é sobretudo uma reflexão, um ‘statement’ sobre um acontecimento, sobre um assunto”, sublinha.